Em referência ao tema dos "bons ventos sábios" (ver Inventando alto), aproveito para compartilhar e registrar aqui trecho de conversa muito interessante com Vivian, a quem agradeço de coração.
- O segredo da vida é saber remar em qualquer embarcação...
- Há quem diga que o bom segredo é saber como pegar uma embarcação a motor, para não ter que remar... ou o vento certo... ou a correnteza certa...
- No campo das facilidades, não testamos nossa competência.
- No campo das competições, nós testamos nossa facilidade.
- As facilidades existem nas coisas e não em nós... Em nós existe a competência ou não para saber distingui-las.
- "As facilidades existem nas coisas e não em nós"... isto é discutível. Aqui você parte de uma premissa que não existem facilidades em nós (por que não?) e que estas só existem nas coisas... donde conclui-se que só existem dificuldades em nós... o que é tão improvável quanto a existirem só uma coisa ou outra.
- Agora, quanto a caber a nós sabermos distinguir o que é facilidade ou não, isto está corretíssimo, ainda que essa sabedoria e distinção sejam um tanto subjetivas.
- Esta conversa viraria dias e dias, por ser rica de possibilidades, e é claro, facílima quando estamos falando a mesma linguagem...a linguagem de eternos aprendizes...rss
- Embora a vida seja uma eterna ilusão, fomos treinados para questioná-la, e destes questionamentos tiramos respostas que no íntimo já sabemos...
- O que importa o saber? O que ganhamos de entender as coisas, se elas acontecem independente de nossos desejos ou não? Penso que filosofar sobre a vida, é apenas uma rota de fuga, que bem sabemos é ilusória. Porque a vida é o que é, tanto para os sábios como para os simples... E a estes últimos eu os chamo de felizes, porque são puros e não sofrem por antecedência.
- Sim, somos aprendizes. E nesse aprendizado, discordamos em algumas lições...
- Por exemplo, eu (e não sou o único) penso que um dos propósitos da vida seja não só vivê-la ou passar por ela (como se fosse esta a missão em si), mas questioná-la e entender a travessia. Isto é, entender qual nossa missão, como se a verdadeira missão fosse entender a missão de nosso destino, não importa qual seja esta e nem se virá a saber...
- Não concordo que sejamos treinados a questioná-la... Ao contrário, toda a sociedade ensina a obedecer sem questionar, crer sem duvidar, dar sem trocas, etc. Ou seja, quanto mais carneirinho, melhor pro rebanho, enquanto alguns (os "mais espertos") tiram proveito disto, reforçando aquelas regras para os outros!
- Concordo que certos aspectos da vida de cada um são inerentes, e pouco importa nossa ação ou pensamentos. Mas não entendo que filosofar seja rota de fuga... Pra mim, a aceitação incondicional sim é uma rota de fuga! Pois (mesmo) a avestruz (que é enorme) estabelece uma rota de fuga sem sair do lugar, ao enfiar a cabeça num buraco em terra, para não ver o problema que a ameaça.
- Eu entendo, admiro teus pensamentos, porque conheço a extensão da sua inteligência.
- O que eu quis dizer é que com filosofias, ou não, a vida segue seu curso, sem perguntas e nem respostas.
- É claro que se tivermos um pouco mais de entendimento, buscamos meios para driblar os problemas... Mas mesmo assim eles estão aí, sem anestesia... E "driblar" não quer dizer estar fora.
- Portanto, o único prêmio de tudo isso, é que saímos um pouco mais experientes para o próximo combate... E assim é.
Eu ainda gosto dos blogs
Há 2 meses
14 comentários:
...ah que coisa mais linda
dividir estes nossos papos
das madrugadas...
e assim deixar que outras
mentes entrem na conversa
e assim ficamos conhecendo
outras opiniões válidas
e enriquecedoras para o
nosso baú filosófico, à
luz da lua.
fico feliz em saber que
muitas vezes em meio
às insanidades, rsrs,
podemos tbm falar sério...
beijos, Mesdré!
um belo diálogo
um beijo
Boa tarde.É amigo tens razão, aquele poema ficou meio confuso, é que as idéias percorrem a mil no pensamento do poeta e nem sempre tem muito sentido lógico, sabes como é, a fantasia atropela a racionalidade.
Valeu pela correção, foi muito oportuna.Abraço e uma boa quinta-feira.
Fiz um comentário aqui equivocado, disse que era melhor viver do que falar...Apaguei porque só eu iria entender. Longe de não dizer que o dialogo apresentado é magnífico entre dois seres espetaculares com um conhecimento incrível da vida e que aprendi a gostar muito. Abraço
tossan:
Não existem comentários equivocados; existem interpretações equivocadas. Nem precisava apagar. Seus comentários são bem vindos. Você tem muita sensibilidade, demonstra isto nas suas fotografias e poemas.
Acho que você estava certo. "Viver é melhor que sonhar", já cantava Elis Regina! E é mesmo! Às vezes, nem sempre é fácil! Sonhar serve de alento, e muitas vezes de esperança e meta.
E falar faz parte. Pronto, tá falado! rsss
Vinicius:
Confusos somos todos! E se estamos em regiões diferentes do planeta, também ficamos com fusos!
Não lembro qual correção oportuna você falou, mas qualquer que tenha sido, se partiu de mim, não deveria levar tão a sério nem muito ao pé da letra: há sempre múltiplos sentidos naquilo que digo.
E como eu disse ao amigo tossan há pouco, nem tudo acaba sendo expresso e interpretado como se gostaria...
Portanto, se eu disse algo que não deveria ou incomodou, desculpe.
Não é motivo para remover o post! rsss
Fantasias não precisam ter lógica! Leitores não precisam entender a lógica dos poetas. Gostar não tem lógica!!
Cada um vive seu mundo e escolhe como expô-lo e expor-se, ou não. E cabe a todos entender como interagir, ou até interagir sem entender. Não importa.
Tarefa difícil. Mas faz parte do jogo. E o importante é participar do jogo, de uma forma ou de outra.
Será que consegui confundir o bastante? LOL
Vivian:
É, existem vários tipos de drogas: as drogas que eu digo, as drogas que eu penso, umas porcarias que acabam viciando! KKKKKKKK
Que bom que às vezes algumas delas deixam algumas pessoas felizes, nem que seja por alguns instantes! rsss
Obrigado, mais uma vez! Sobretudo pela paciência! hehehe
uminuto:
Sim, também achei. rsss
...se todas as drogas resultassem
em diálogos abertos para
apreciação e consequentemente
deles surgissem saldos positivos
na balança do viver...
que maravilha seria, não moço?
bj
Vivian:
É, tem drogas que curam!
(tanto que são vendidas em farmácias/drogarias e receitadas por médicos)
E tem vícios que são saudáveis!
Tudo depende de quão dependentes sejamos deles e delas. Ou não! rsss
...bom
se navegar via mouse
de preferência pela
blogosfera, e destas
viagens poder desfrutar
da diversidade humana,
confesso-lhe sem culpa
que sou uma viciada,
e deste vício me farto
feliz.
bjuss
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