domingo, 28 de fevereiro de 2010

Amor de Carnaval


A canção "A Noite dos Mascarados" de Chico Buarque (veja Quem é você que eu quero?), fala de "amores de carnaval". Quem é daquela época que a música foi lançada, sabe do que está se falando na letra.

Era algo como os "amores de férias de verão", tema de muitos filmes. Aliás, aquele encontro de mascarados já foi inspiração para o romance entre Romeu e Julieta (de William Shakespeare). E também tema para Arlequim, Pierrô e Colombina, inspiração para uma das marchinhas de carnaval mais famosas: Máscara Negra.


Mas um comentário contemporâneo é bem do tipo: "Poxa, nos meus tantos anos de vida nunca vi o Carnaval assim. Bom, ainda bem que deixei o samba e a animação entrar, porque assim o amor de carnaval nem fez tanta falta. Mas é bom? Nunca saberei, tive medo."

CARNAVAIS, SEXO E FANTASIA

Primeiro, precisamos ver que há vários Carnavais, e não de um só tipo. O carnaval de Porto Rico é diferente do de Veneza, que nem se parece com o do Brasil. Mesmo aqui, o carnaval dos desfiles de escolas de samba com suas baterias e carros alegóricos, é diferente daquele dos frevos e axés pelas ruas, atrás dos trios elétricos, que por sua vez difere daqueles de bailes no salão (veja um panorama atual interessante em Festa de Carnaval).

Até há algum tempo atrás (talvez muito antes dos seus tantos recentes anos de carnavais memoráveis), ainda nas décadas de 60 e 70, os bailes de carnaval e blocos populares de rua, onde todos iam, escolher e usar uma fantasia era motivo de alegria e pretexto para "brincar o carnaval". Pulava-se e andava-se pelo salão inteiro... Havia concursos para eleger a melhor fantasia, o melhor folião/foliã mais animado (=com maior pique)... Havia até matinês, para as crianças de todas as idades!

A fantasia incluia pintura no rosto ou máscaras, para que (o folião ou a foliã ou ambos) pudessem se divertir sem receio de serem reconhecidos ou censurados por isto mais tarde, depois do carnaval. No caso dos adultos, é claro; as crianças só imitavam as fantasias.

E, escudados pelo anonimato ou disfarce, alguns extrapolavam os limites de um ano inteiro. Assim justificavam seus atos ousados, com a desculpa que as liberalidades (e libertinagem) durante o carnaval seriam queimadas (perdoadas ou esquecidas) junto com as fantasias na Quarta-feira de Cinzas (donde vem o nome).

Daí, Carnaval virou sinônimo de "vale-tudo", em que todos os seus desejos reprimidos poderiam vir à tona em 4 dias de festa, música e dança: bebedeira (álcool), lança-perfume (drogas), infidelidade (beijos, abraços, sexo), farra (molecagem, atrevimento, contravenção)...

Era muito mais ousado logo que começou a liberação da censura, depois de anos de repressão. Nos anos 80, a liberação sexual da sociedade deu largos passos. Assuntos tabus já não eram mais, as TVs, revistas e jornais passaram a mostram mais do que o habitual (closes em bundas, seios desnudos, malhos, sarros e até sexo explícito pelos cantos dos salões e camarotes, durante as madrugadas de carnaval)...

Depois ficou um tanto apelatvo, e chegando aos alardes o fantasma da AIDS (ou SIDA), de mãos dadas com a Morte, levando rapidamente consigo ícones "inatingíveis" e admiráveis, lembrou a humanidade e fragilidade de todos, e refreiou um tanto os ânimos, a anarquia e a depravação generalizada.

Assim, o que aconteceu é que a exposição à mídia foi se tornando menos "novidade" e naturamente menos abusado e mais comedido (pelo menos no que se mostra na TV, nas revistas e nos jornais - não quer dizer que as pessoas tenham se tornado menos abusadas).

Mas o estrago já estava feito: o conceito do Carnaval mudou, e sua percepção também. E o impulso sexual deixou de ser reprimido, só passou a ser contido.

Aos olhos do mundo (e principalmente do turista estrangeiro), o carnaval brasileiro agora é sinônimo de bunda sambando, pouca roupa e muito sexo.

Para os brasileiros que sabem que não é bem assim, o carnaval atual é sinônimo de espetáculo carregado de interesses cormerciais, um "show business" de entretenimento e lucros.

Ou senão, uma data que pode representar um feriado prolongado (de 5 dias ou uma semana inteira), período de férias coletivas, que a maioria das pessoas espera para poder viajar e/ou descansar. Estes não pulam nem brincam carnaval; talvez alguns, fazendo turismo doméstico, resolvam experimentar e conhecer a modalidade regional, diferente do que estejam acostumados onde vivem.

Já os que participam da festa, as fantasias de hoje são uniformes, parte da coreografia visual de um desfile quase organizado, ou são ingresso que assegura o direito de se juntar a um grupo para passar a noite ouvindo música alta, sacudir bastante, arrastar os pés entre um pisão e outro no meio daquela seleta multidão entre vários empurrões, beber um tantão e tentar beijar outro tanto, se tiver sorte.

Mulheres casavam para sair da casa dos pais, ou porque queriam filhos, ou sonhavam "brincar de casinha" de verdade (eram educadas para o casamento). Homens casavam para terem um lar, ou esposa dedicada, ou descendentes. O sexo consentido socialmente, só depois do casamento. Até lá, as pessoas namoravam. Quem quisesse sexo antes, ou era clandestino e era raro, ou para isto existiam as zonas e bordéis (alguns, mesmo casados continuavam a freqüentar).

Mas esse conceito mudou. Tanto que a garotada e jovens de hoje não namoram mais: eles "ficam". Educação sexual é ensinada nas escolas fundamentais, e camisinhas-de-vênus (=preservativos) são distribuidas gratuitamente em campanhas oficiais ou vendidas nas prateleiras das farmácias como se fosse balas ou nas máquinas automáticas nos corredores do metrô ou banheiros públicos.

Enfim, nos tempos atuais, as pessoas transam a naturalidade como quem sai para ir ao cinema. Os pais preferem e até incentivam que os filhos tragam as namoradinhas para casa (e vice-versa) e "autorizam" ficarem juntos: melhor sob seus tetos e sabendo quem onde estão e quem são, do que os riscos dos tempos atais (Doenças Sexualmente Transmissíveis, drogas, seqüestros, brigas, acidentes de trânsito, prisão, assaltos e morte - não necessariamente nessa ordem).

Com tanta facilidade, ninguém mais tem que "esperar" o carnaval chegar para transar loucamente. Aliás, transar com desconhecidos é potencialmente perigoso!

Com isto tudo, as máscaras foram caindo e as fantasias foram sendo incorporadas ao longo de todo o ano, e não só no carnaval.

O Carnaval se especializou e diluiu de intensidade e da mística histórica, seguindo seu passo de evolução.

ORIGENS

Aliás o conceito de carnaval vem mudando sempre e se adaptando ao longo da história, desde sua origem.

A origem da palavra "carnaval", possivelmente vem do latim medieval "carnem levare" (=levar a carne embora). Dizem que o Carnaval é hoje uma tradicional festa universal dos países católicos: geralmente se iniciava no Dia de Reis (Epifania, 6 de janeiro) e terminava às véspera dos jejuns da Quaresma (na Quarta-feira de Cinzas. Para muitos católicos praticantes, Quaresma significa que você não comerá carne até a Páscoa... Nos tempos da Europa Medieval, não havia geladeira, e com a chegada da Primavera e depois o Verão quente, antes da Quaresma era tempo de dar "Adeus à Carne", tempo do "carne evalle", nas datas que conhecemos como Carnaval, de domingo até terça-feira, carne de tudo o que é tipo acompanhada de toda sorte de bebidas, e como, mesmo a nobreza não comeria a tal da carne e para evitar desperdício, ninguém trabalhava nem na segunda nem na terça! Todo mundo enchendo a cara de carne (e de bebida)!

O Carnaval não deixa de ter sua origem pagã também, ainda que propagado pela própria Igreja Católica com toda propriedade de sua fé. Os antepassados dos camponeses europeus medievais, antes da imposição da religião católica, adoravam outros deuses e tinham outros costumes, que a Igreja inteligentemente se apropriou das datas existentes com sincretismo e conseguindo conversões mais facilmente.

Dizem que o Carnaval teve origem nos bacanais da Roma Antiga. Eram festas Saturninas, 5 dias em homenagem a Saturno (deus greco-romano), em que os senhores agraciavam seus melhores servos, servindo-os. Essa troca de papéis, voluntária e concedida, teria dado origem às fantasias e máscaras (para não revelar quem era quem), ao período e duração, juntando-se à prática de orgias romanas em algumas famílias e políticos. Pelo menos essa foi a outra variante que ouvi sobre as raízes carnavalescas como festas. Os bailes de máscaras somente começaram a acontecer nas festas vitorianas do século XVIII.

CONCLUSÃO

Sobre todo aquele festival de carne que se promovia antes da Quaresma, cabe mencionar ainda o seguinte. Naquele tempo sem geladeira nem freezers, as carnes apodreciam rapidamente, já preparadas ou não; e para amenizar o gosto horrível da comida estragando é que entraram, e ganharam um peso imenso, os temperos, mais conhecidos como especiarias, principalmente os mais fortes e exóticos, trazidos da Índia.

Longo caminho por terra, passando por um Oriente Médio tumultuado, a demanda pelas especiarias, temperos e sabores que pudessem tornar a carne mais comestível (por mais tempo), despertou a necessidade de tentar um caminho alternativo, nem que fosse para dar a volta ao mundo por mar! Daí o mundo expandiu.

Podemos dizer que o Brasil, terra do Samba e país do Futebol, hoje existimos, graças à origem do Carnaval!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Encontros desencontrados (4/4)


Parte 4 - Focos conflitantes

(Continuação de uma análise feita a partir de um questionamento sobre motivos de uma tentativa de relacionamento não seguir adiante. Para melhor entender o contexto é preciso ler as partes anteriores.)


3) Renovação versus Atualização

Um pensamento popular costuma achar comum que chega uma hora em que o homem troca sua mulher de 40 anos por outras duas de 20.

Matematicamente correto. Mas seria justo? E por que isto acontece?

Da mesma forma que os jovens homenzinhos estão com todo fogo e vigor, as mulheres mais jovens estão naquela fase de si conhecerem até onde podem ir, estão mais abertas a experimentar e correr risco, tudo parece novidade, excitantes para ambos.

Não sei exatamente por que acontece, a mulher amadurece mais rapidamente que os homens.

E principalmente depois de terem filhos, refreiam seus desejos e volúpia sexual, ou pelo menos reduzem a freqüência, e lidam melhor com isto.

Poderia até achar explicações fisiológicas (o ciclo fértil na mulher que a faz sentir-se irresistivelmente sexy e sedutora uma semana por mês), ou psicológicas (tendo seu papel de ser mãe cumprido, razão biológica para se fazer sexo) para esse tipo de comportamento.

Já os homens, não (o ciclo fértil deles não é mensal, é diário!). Se depender de sua anatomia, tecnicamente pode-se dizer que uns 20 minutos (esse tempo para se recompor varia para cada um) depois uma transa, está pronto para outra... (rsrs)

Seja também por explicações fisiológicas (a função sexual do macho é perpetuar a espécie o máximo possível, portanto tem que estar apto para copular com toda e qualquer fêmea produtiva, até durante o período no qual sua preferida esteja em gestação ou indisponível), ou seja por razões psicológicas (só pensa em sexo, quase o tempo todo, mesmo que negue isto), o homem está sempre querendo (= predisposto a) fazer sexo toda hora, mesmo após dias estressantes ou exaustivos...

Eu diria até, principalmente nesses dias assim, pois o sexo lhes é relaxante após a excitação e êxtase - por isto homens gozam, viram pro lado e dormem, enquanto as mulheres ficam insaciadas e querendo mais, depois de provocadas e excitadas.

Então, esta tendência e predisposição de cada um, com o passar do tempo chega num ponto que gera conflito.

As mulheres acima de 40 anos se acomodam sexualmente, sobretudo as que são mães (que ficam com outras preocupações).

Os homens acima dos 50 anos continuam com fome e querendo mais e sempre.

Daí não ser raro que os homens cinqüentões, na chamada "idade do lobo", saiam à caça do fogo de moças na casa dos vinte e poucos, para satisfazer sua fome e desejo, quase uma necessidade.

E muitas vezes a repulsa, desinteresse ou "descuido" da própria mulher (talvez até inconsciente disto) o induza a agir assim, a buscar fora o que não encontra em casa.

E, quando acontece, esses lobões são os tipos mau caráter que resolveram perversamente aplicar matemática ao dividir idade para obter prazer em dobro.

Bem, esta é uma visão masculina. Obviamente a versão do lado feminino encontrará uma série de atenuadores, justificativas e fatores nem sequer mencionados, que certamente reverteria o cenário, inocentando-as completamente e recolocando os vilões em seu devido lugar.

Enfim, as necessidades e carências podem ser parecidas, mas as suas percepções e decorrentes ações e reações divergem, e com rara felicidade são harmônicas por muito tempo.

A única forma que vejo e entendo de sustentar isto, é através do diálogo, além da afinidade e intimidade.


É isto. Quase uma tese, heim? (rsrs)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Encontros desencontrados (3/4)


Parte 3 - Outros casos exemplares

(Continuação de uma análise feita a partir de um questionamento sobre motivos de uma tentativa de relacionamento não seguir adiante. Para melhor entender o contexto é preciso ler as partes anteriores.)


2) Alguns "causos"

A história da colega com seu amigo de 53 anos me fez lembrar de outras três.

a) Um colega de trabalho, também na casa dos 50 na época, estava no seu terceiro casamento. Ele trabalhava duramente para pagar a pensão da outras duas "ex"s e três filhas até completarem 25 anos. Ou seja, sustentava 3 mulheres e 4 filhos (pai orgulhoso do garotão do recente casamento), era comprometido no trabalho, um dos primeiros a chegar e dos últimos a sair, profissional exemplar e serviço de qualidade. Às vezes se dava mal porque não sabia dizer "não", nem pras filhas exigentes, nem pros chefes ou colegas. Não podia se dar ao luxo de perder o emprego, senão iria preso por não pagar pensão. Levava uma vida simples pra si, procurando economizar onde pudesse: refeições, roupas, carro. Eu pensava, isto não é vida, é escravidão... Por que casou três vezes? A primeira já não havia sido custosa o bastante e não servira de lição?

Ele mesmo ria da situação e dizia "que não aprendia nunca e sempre repetia os mesmos erros, ou que tinha uma queda pelo mesmo tipo de mulher, que mais tarde lhe causaria os mesmos problemas... por isto merecia mesmo a situação atual, mesmo que ela se separasse mais tarde depois de algum tempo, ainda que não fosse a intenção dele".

Creio que muitos de nós somos assim: sempre perseguem os mesmos sonhos e, em contrapartida, são perseguidos pelos mesmos fantasmas.

b) Um outro colega recém contratado na época, bem jovem, era casado em outra cidade e tinha um querido garotinho também. Aceitou a proposta mesmo tendo que se mudar para São Paulo sozinho. Na entrevista justificou a decisão que o casamento não ia bem e que afastar lhe seria conveniente. Voltaria vez ou outra para rever e brincar com o filho, sempre que pudesse, por conta própria. Um ano depois nessa vida de trabalho e viagens, sentindo seu jeito sempre introspectivo e reservado (sobre sua vida pessoal), perguntei-lhe se já estava de namorada nova ou se saía para baladas quando permanecia fins de semana em SP.

Para minha surpresa ele foi simples e direto: "mulher só traz problemas... melhor ficar com um problema conhecido do que arrumar outros novos!".

Uma reveladora (porém rara) verdade masculina. Uma outra forma muito sensata de encarar e enfrentar o mesmo problema (dar-lhe razão ou não, dependerá das opiniões particulares de cada um).

c) Uma canção de Fagner diz que um homem também chora (= guerreiros têm sentimentos, são meninos que desejam colo e carinho). Mas enfatiza que sem o seu trabalho um homem não tem honra, e sem a sua honra se morre, se mata, e não dá pra ser feliz.

Sempre observei que quando um homem está infeliz, preocupado, angustiado, desolado e triste, só DUAS COISAS o deixam neste estado e situação: dinheiro ou mulher (= sexo).

E apenas para deixar bem claro, o problema é quando há "falta de". Piora se forem os dois juntos, digo, os dois infortúnios ao mesmo tempo.

No caso do amigo da colega (ver a Parte 1), o fato dele estar desempregado e sem namorada, deixa-o num estado muito mais fragilizado do que o normal.

Portanto, eu não esperaria por parte dele nenhuma reação normal, consistente, padrão ou típica num processo de conquista... Talvez um bravo esforço inicial, tentando quebrar a inércia... Mas qualquer obstáculo, objeção ou barreira, por menor que seja, pode lhe parecer uma montanha ou abismo intransponível.

E creio que a reação dela, sem considerar este handicap, foi natural.

Por outro lado, se pensando bem, acho que a reação pode ter sido também um tanto precipitada ao bloqueá-lo por ele ter DEMORADO a entrar em contato... Demorar quer dizer quanto tempo? Será que foi considerada a possibilidade de ele não ter podido ou estar impedido? Por exemplo: viajando, doente, sem internet, preso, acidentado, enfartado, etc? E se ele ficou aguardando (respeitoso ou tímido) por dar outro sinal dela? Enfim, agora bloqueado é que ele não vai mesmo entrar em contato, nem depois; agora bloqueado é que ela não vai ficar sabendo se e quando ele tentar mais tarde de novo.


(Continua na próxima parte...)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Encontros desencontrados (2/4)


Parte 2 - Homens mais velhos

(Continuação de uma análise feita a partir de um questionamento sobre motivos de uma tentativa de relacionamento não seguir adiante. Para melhor entender o contexto é preciso ler a parte anterior.)

Agora vamos falar do que eu penso sobre homens mais velhos e "traumatizados" com relacionamentos anteriores com mulheres.

Em geral, eles querem um bom relacionamento e acham que não têm tempo a perder.

Traduzindo: talvez sintam a passagem do tempo e querem ser mais objetivos.

Lições passadas lhes ensinaram que não podem ir com muita sede ao pote: ou este se quebra ou eles engasgam... Mas a sede é grande, e há o receio inconsciente que lhes resta cada vez menos tempo (e que segue passando).

E em geral homens são mais simples, práticos e diretos que mulheres, por mais educados e polidos que sejam, quando o assunto é sexo e relacionamento.

Pensando assim, isto poderia explicar algumas coisas.

Por exemplo:

1) Amadurecimento versus Aventuras

O tempo de ficar namorando indefinitivamente, esticando a expectativa, enrolar para esperar pelo próximo encontro, já passou, ficou pra trás, não têm mais tanta paciência para isto...

Enquanto jovens, isto é uma brincadeira, parte do jogo, de uma aventura de se descobrir, de descobrir um ao outro, de desvendar o sexo.

Uma vez maduros, e mais experientes, o sexo deixou de ser uma novidade, é uma necessidade.

Já para a mulher madura, mesmo se saída de outras decepções amorosas, o sexo não é uma necessidade, é uma conseqüência.

Ela ainda busca um relacionamento estável, um companheiro e não mais uma aventura.

Este excesso de precaução feminina para suprir sua própria carência (o que não quer dizer que estejam erradas) exige um tempo que os homens mais velhos muitas vezes não estão dispostos a investir, pois o risco de perder (mais tempo) é grande...

Talvez eles queiram mesmo apenas reviver mais uma aventura, e se dali surgir ou perdurar um companheirismo e uma relação estável, tanto melhor (o que também é uma estratégia justificável).

E os mais jovens também não gostam de "perder" tempo, pois estão ávidos e ansiosos para usar toda sua virilidade latente e praticar o máximo possível, ainda que pequem por isto (falta de maturidade e conhecimento, mas experiência só se adquire fazendo).

Possivelmente esses dois pontos-de-vista em direções opostas para interesses parecidos cause outra série de frustrações e desentendimentos, à medida que a aproximação e o envolvimento se desenrolam.

(Continua na próxima parte...)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Encontros desencontrados (1/4)


Parte 1 - Contato e Características


Perguntei a uma colega separada (do ex-marido dela) como iam suas paqueras, na tentativa de ser feliz.

Ela me contou um encontro recente e se queixou do seguinte:

"Não sei o que acontece com vocês, homens...
Outro dia conheci um que conversamos bastante pelo MSN, vimos-nos na webcam e parecia que tínhamos muita afinidade. Fui conhecê-lo pessoalmente e conversamos horas e horas.
Ele tem 53 anos. Sei que está em uma fase complicada, perdeu emprego e a namorada de 10 anos deu-lhe um pé-na-bunda. Já foi casado duas vezes, e na segunda vez ele descobriu que ela tinha um amante...
Depois trocamos algumas palavras por email e pronto! Não falou mais comigo.
Fiquei com raiva e já bloqueei!
O pior que a gente gasta um tempão em se produzir toda pro encontro, em vão, pra não dar em nada...
Fiquei pensando: 'o que será que tem de errado comigo???'... Estou me sentindo tão feia e chata!
Eu queria ouvir sua opinião, como amigo-homem, mas quero que seja sincero. Será que estou dando tiro em alvo errado, ou o problema sou eu?"

(O texto que se segue será "quebrado" em partes, para que possa ser publicado no blog sem que se torne posts muito extensos.)

Ok, minha opinião...

Embora sempre soube e tenha sido aconselhado a nunca dizer a verdade a uma mulher sobre ela, mesmo que esta implore... (rsrs)

Eu vou dizer o que penso sobre o todo, em geral, e sinceramente.

Mas é importante ressaltar também que me foi pedido para dizer como amigo-homem. Por isto, muito cuidado (principalmente as mulheres) como vai ler isto e interpretar, heim? Tem que ser como amiga-homem também, ta? (rsrs)

Ou seja: nada de melindrar-se ou tomar estes pensamentos e reflexões como verdade absoluta... É só uma opinião, a minha.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso parar com essa coisa de "o que será que tem de errado comigo?".

Esse pensamento superficial é um vórtice que só nos leva cada vez mais pro fundo! (sem trocadilhos: é um princípio profundo! senão pode terminar mal...)

Se tem alguma coisa de errado, é sempre com os outros! Ou não te merecem, ou você ainda não encontrou a pessoa certa, ou o tempo é outro e está defasado. Pode apostar.

Se ficar buscando defeitos em si, vai acabar achando um monte de CARACTERÍSTICAS que podem ser vistas como "virtude" e você passará a chamar de "defeito". E isto é ruim.

Aceitar características não é acomodação com defeitos; é usar essas a seu favor e podem até ajudar a confrontar problemas que ainda nem apareceram ou que você deixou de contorná-los com essa "arma" por descartá-la preconceitualmente como sendo um defeito em vez de possível virtude solucionadora.

Traduzindo: "Defeitos" não são defeitos; "Virtudes" não são virtudes; são tudo "Características", que podem ser tomadas como defeitos ou virtudes, dependendo de quem interpreta. Uma característica pode ser um "defeito" sob uns aspectos, mas "uma virtude" noutras situações.

Por exemplo: ser detalhista pode ser virtude se o trabalho requer qualidade e esmero, e pode ser defeito se o trabalho exige pressa e prazo para entregar. Outro exemplo: ter iniciativa, ser criativo e participativo, para uns é tido como qualidade inovadora, para outros é tido como atrevimento de quem não obedece regras ou ignora suas funções.

Isto tudo, genericamente falando, sem me referir a nenhuma característica sua em mente.

(Continua na próxima parte...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Fechaduras, Chaves e Mestras


Isto é uma adtaptação de um email recebido e que circula pela internet.
Trata-se de um diálogo entre uma Senhora e um Mestre, uma alusão alegórica sobre incoerências e fatos da vida.



- Mestre, não entendo...
Se um homem transa com várias mulheres, ele é visto como um garanhão.
Se uma mulher transa com vários homens, ela é vista como uma vadia.
Não é injusto?


- Minha filha, pense nisto desta forma:
Se uma chave abre várias fechaduras, ela é uma chave mestra,
uma coisa boa de se ter.
Já uma fechadura que é aberta por várias chaves diferentes...
bem, esta é uma péssima coisa para se ter.


- Mas, Mestre...
Nunca sabemos o que há por trás das portas, até abri-las!
Como podemos dizer se é boa ou má?
E se tantos podem abrir uma determinada porta, é porque má não deve ser.


- Certas coisas são únicas, e de posse de uma única pessoa.
A chave pertence a uma única pessoa, assim como essa mesma chave deveria ter exclusividade sobre a fechadura.
Assim, uma fechadura que não é exclusiva, que de bom pode haver atrás dessa porta?


- Obrigada, Mestre.
Um peso enorme foi tirado dos meus ombros!


- Que bom que entendeu!

- Sim!
Entendi que não sou porta, nem fechadura, nem objeto de ninguém.
E que, portanto, escolho o meu próprio destino.
Os outros que se f****!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pau velho?

Tipo de preocupação feminina besta:
"será que ele velho demais pra mim?"...


"Não importa a idade do mastro,
se ele é capaz de velas içar e atiçar
o vento leve que te leva a viajar,
singre os mares, porque é preciso
preciosos amores (ainda que imprecisos)!"


Mesdre


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