sábado, 1 de dezembro de 2012

Pendurado, na pindura


Por um fio
desafia a morte.
Pende, amarrado.
Prende o ar amargo.
Esquece o medo
e segue em frente,
enfrenta assim,
abaixo e acima.
Há um trabalho a ser feito,
feito homem,
feito gente.
Pra ganhar a vida,
seu sustento,
sustenta-se no ar
e arrisca a perder a vida.
Mas nada é perfeito.
A limpeza, o reboco,
o detalhe, a pintura...
No vazio, o dia termina oco.
E à noite? Ô, que vida dura!
Amanhã tudo recomeça.
Quem diria? Parece bom à beça,
mas ninguém de lugar trocaria...
É muito pra cabeça!



( texto de André Martin,
criado na Oficina de Escrita Criativa do ILP -
Instituto do Legislativo Paulista,
inspirado nesta imagem do fotógrafo de Bruno Oliveira )


2 comentários:

Julio Melo disse...

"E flutuou no ar como se fosse um príncipe".

Paula Barros disse...

Um escrita criativa, diante da realidade trazida pela fotografia.
Um bom exercício este de escrever a partir de uma fotografia.

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