Todos os dias quando eu saio de casa para ir trabalhar, quase madrugada ainda, antes do sol nascer, e caminho pelas ruas vazias e frias, eu me pergunto por que estou fazendo isto, se vale a pena esse sacrifício todo e se não haveria jeito mais fácil de viver a vida e dar mais atenção às coisas importantes e pessoas que nos são queridas.
Nem tanto por acordar, levantar, me aprontar e sair enquanto todos ainda dormem em casa. Isso, o despertador, o banho e a necessidade se encarregam de me fazer mover.
Por outro lado, sair sem ver ou conversar com ninguém, dá uma sensação de abandono que entristece a gente. Porque mesmo confiando que seu caminho será iluminado e guardado em boas mãos, a verdade é que nunca temos a certeza que voltaremos naquele dia e que surpresas (nem sempre agradáveis) nos aguardam no decorrer dele...
O jeito é seguir adiante, acreditar que fazemos o melhor que está ao nosso alcance naquele momento, e que cada instante se segue em desdobramento, explicações encontraremos depois, ou talvez não.
A cama que chama quentinha para permanecer num demorado abraço, o sono que alimenta a preguiça e convida para desistir e deixar tudo para as próximas horas, o tempo que passa e consome a juventude e oportunidades não vividas que estarão perdidas na memória e no remorso... Nada disto convence a não prosseguir no que continuamos a fazer.
Então buscamos desculpas, razões para justificar a vida como ela é, e não como gostaríamos que fosse.
Seja o dia lá na frente que esperamos compensar todo o esforço, seja o exemplo que seguimos ou deixamos com a intenção de fazer um mundo melhor, seja alguma comodidade ou bem de que não abrimos mão, seja por princípios inconscientes que nos alicerçam naquilo que somos e determinam nossos meios, caminhos e escolhas.
Não existe uma fórmula certa e universal. Cada caso tem suas peculiaridades. O que serve para uns, não se aplica a outros. O que funcionou antes pode ser inútil ou ineficaz agora ou depois. Enfim...
Perfeccionista, Preguiçoso, Pensador, Ponderado, Privado, Passado, Presente, Porvir, Palhaço, Pândego, Pindaíba, Paciente, Poliglota, Palpiteiro, Pai por paixão, Paixão pelo Par, Prolixo mas não Pro lixo, Pirado, Potencialidade, Por aí afora e outras Possibilidades...
Meu primeiro blog foi/é o Relatos de Viagem e Reflexões, http://mesdre.myblog.com.br. Como aquele se apresenta distorcido quando acessado com FireFox em vez de InternetExplorer, passarei a postar neste e naquele, e aos poucos trarei algumas postagens de lá para cá.
Certamente, depois da leitura haverá muito mais coisas a serem ditas.
Quem já leu os escritos da Mirian Martin, ou A Senhora, do Caldeirão-da-Bruxa, sabe que seus textos não apenas divertem e são fáceis e gostosos de ler, como também deixam no ar e na gente aquela sensação de delícia ao apreciar uma boa história bem contada.
São contos ou capítulos curtos que se entrelaçam no enredo e em nossa vida cotidiana, mesmo quando o tema por vezes foge ao abstrato e à fantasia para nos surpreender no fim.
Pessoalmente, acho que seu estilo lembra muito a rapidez e inteligência de Luiz Fernando Veríssimo. Poucos conseguem fazer puramente dos diálogos uma forma completa de narrativa! É preciso muita habilidade para isto, ou o talendo e dom natural dos bons escritores.
Um comentário:
Eu acho que o esquema é fazer por quem ama.
E quando nao temos??
Nao temos filho, marido, noivo??
Por que fazer?
Ahhh o skype disse que ontem foi seu aniversario, meus parabens atrasado mesmo.
Postar um comentário