domingo, 23 de outubro de 2011

Do forte, fica a ruína!


( fonte: www.salmara.com.br, via mfc )
A fortaleza invade o mar,
toma conta da costa,
em defesa fica a olhar
barcos que vêm de longe... vês?
Esquece que seu maior inimigo
está logo ali a seus pés!
O mar que os lambe e destrói
com o sal que arruína e corrói.
E o que era novo vira antigo.
Enfrentar, vale a aposta?


Bônus I:

Não custa lembrar o valor nas derrotas:
Imortais
http://mesdre.blogspot.com/2010/05/imortais.html




Bônus II:

A ruína é ruim, né? Ela arruína!


"Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína
cristalina
em Teresina"


Cajuína - Caetano Veloso - 4:46
https://www.youtube.com/watch?v=nmd7Nw9KqaE



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Picolé de Abacate


Eu simplesmente ADORO uma "Vitamina de Abacate". A polpa natural da fruta abacate com leite frio ou gelado e um pouco de açúcar, batidos num liqüidificador ou mixer. Acrescentar umas gotinhas de limão enquanto está sendo batido (para não talhar o leite) dá um certo frescor ao sabor e impede o escurecimento da superfície da bebida exposta ao ar por muito tempo (a idéia é beber logo e tudo, assim que ficar pronta). Mas isto é opcional. Prefiro pura. O limão cai bem para disfarçar o gosto forte do leite, se estiver fervido ou de má qualidade. Também pode acrescentar uma ou meia banana ao bater a vitamina; esta combinação é boa e saudável. Ou então adicionar um pouquinho do azulado Licor Parfait-Amour, isto não torna a bebida alcoólica, mas dá um toque todo especial ao seu sabor. Fica tão bom, que em vez de beber, dá até pra mastigar, mergulhando e encharcando pedaços de pão fresco ou torradas na vitamina.

Deliciosa também é a sobremesa "Creme de Abacate". A polpa natural do abacate, batida com creme de leite ou sorvete de creme (baunilha ou vanila), açúcar e gotas de limão, dá uma consistência pastosa de se comer a colheradas. Quando vejo esta opção de sobremesa nos restaurantes, é irresistível: adeus a qualquer dieta ou regime. Se bem que em termos de cremes, gosto mesmo é de "Creme de Papaya". Mamão maduro batido com sorvete de creme, regado com gotas de Licor de Cassis. Se funciona mesmo como um digestivo, como dizem, não tenho certeza, mas serve de ótimo pretexto, principalmente depois de encher a pança numa churrascaria.

O interessante é que o abacate, preparado assim, doce, que eu gosto tanto, causa estranheza em muita gente fora do BrasiL. Noutros lugares da América e da Europa, o abacate é ingrediente para saladas salgadas ou molhos condimentados, como o famoso Guacamole. Quer chocar um colega mexicano ou andino? Fala pra ele que vai comer abacate com açúcar, e verá uma cara de nojo e asco. Algo parecido ocorre com o tomate, no sentido contrário: preferimos tomate em saladas salgadas em vez de sucos adocicados, ainda que com pimenta.

A origem do nome da fruta vem da língua dos antigos Astecas: do awacatl em nahuatl, ficou aguacate em espanhol, e abacate é português (assim como do awacatchi do tupi, que significa "fruta que cheira bem", ficou abacaxi em português). Também dos Astecas derivam as "descobertas" e os nomes de tomatl, tchocoatl e tchicletl (nossos conhecidos tomate, chocolate e chicletes, respectivamente).

Retomando o tema do abacate que eu gosto de tomar, difícil é achar "Sorvete de Abacate". Se não for caseiro ou artesanal, isto é, feitos em casa ou em alguma sorveteria autônoma por iniciativa própria, não encontramos sorvete sabor abacate facilmente. As grandes marcas mais famosas (como Kibon, Nestlé, Yopa, Lá Basque, Brunella, Holandesa, Sottozero, Häagen-Daz, entre outras) só interessam fabricar os sorvetes que vendem mais. Nas sorveterias das regiões Nordeste e Norte do Brasil, onde há uma riqueza de frutas tropicais e diversidade de sabores inimaginaveis pelo resto do país e do mundo, até fazem o de abacate: mas diante de tanta novidade exótica a provar, o sabor abacate acaba ficando em segundo (terceiro, quarto, quinto) plano...

Picolé é suco ou sorvete no palito. Sei de duas marcas no estado de São Paulo que produzem e vendem "Picolé de Abacate": Frutiquello e Rochinha.



Destas, meu "Picolé de Abacate" preferido é o da Frutiquello. Além de mais barato, tem mais pontos de venda aqui na cidade de São Paulo, parecem mais determinados a expandir sua clientela, sem perder a qualidade do produto. Têm também pontos de sorveteria por quilo como atrativo, mas lamento que não façam o "Sorvete de Abacate", só de outros sabores (tem até de jaca, outro dos que gosto muito). Ainda não me deram explicação satisfatória do "porque não"...

Acho "Picolé de Abacate" da Rochinha um tanto caro e um pouco aguado, comparativamente. Menos saboroso, mas serve como alternativa quando o desejo aperta e não tem o outro por perto. Foi meu primeiro "Picolé de Abacate" encontrado na cidade de São Paulo! Teve um gosto todo especial, obviamente.

Descobri um ponto de vendas da Frutos do Cerrado ao acaso, numa galeria da Rua Augusta com Avenida Paulista, bem próximo do local onde trabalho. Quase todo dia que eu podia, ia tomar/provar um picolé de alguma fruta exótica com sabor da minha infância: sisiguela, gabiroba, cajamanga, araticum, fruta-do-conde, etc. Um dia, antes que eu chegasse no de abacate, sumiram com o ponto de lá! Mandei email questionando a atitude de espantosa retração, pouco competitiva em relação aos concorrentes que expandiam, e a resposta foi frustrante: optaram por manter apenas UMA sorveteria na cidade (de 12 milhões de pessoas!)... Nem fui! (agora no site deles, vi que abriram outras, mas também descobri que nem tem de abacate!)

Não é muito comum achar pontos de vendas destas marcas, mas já localizei alguns no caminho de casa... Agora, finalmente, quando pinta aquela vontade, já sei aonde recorrer! Pena que nem sempre tem quando vou: ou acabou (que dizer que não sou o único maluco do pedaço a tomar picolés de abacate) ou está em falta de matéria-prima (escasseia na entre-safra da fruta, que dá quase o ano todo!).

E por todo canto que eu vou, sempre que eu tenho oportunidade, quando vejo um vendedor ambulante de picolés, eu pergunto: "tem Picolé de Abacate?"... Vai que tem, né? Senão, pelo menos pode virar estatística de sabor procurado. Hehehe... Aliás, encorajo você a sempre perguntar o mesmo, endossando e engrossando a "pesquisa"... Quem sabe assim eles (isto é, todas as sorveterias) acabam entendendo que "precisam" fabricar também "Picolé de Abacate"? Seria bom demais!



Bônus:

http://www.sorvetesfrutiquello.com.br/
http://www.sorvetesrochinha.com.br/
http://www.frutosdocerrado.com.br/


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Relação entre pessoas na internet



"O efeito da internet nos relacionamentos pessoais:

aproxima-nos das pessoas que estão longe, e

afasta-nos das pessoas que estão perto!"




terça-feira, 4 de outubro de 2011

Leitura social

(Quero compartilhar aqui uma história que ouvi e que me deixou bastante comovido)


Robson Mendonça foi morador de rua por 6 anos. Segundo ele conta, tornou-se um depois de ter sido seqüestrado e jogado na rua sem dinheiro e documentos, assim ficou e passou necessidades, fome e frio em São Paulo.

Ele não era muito instruído, mas era curioso: gostava ler notícias, revistas e alguns livros com histórias. E para isto procurava a biblioteca municipal a as públicas. Mas quando sentava à mesa para ler, as pessoas que estavam perto se levantavam e se afastavam, por causa da má impressão que ele causava por ser morador de rua, como estava vestido e cheirava, e de todos os seus pertences que era obrigado a carregar aonde fosse, em sacolas ou mochila.

Essa reação das pessoas o incomodava, mas ele entendia. Todavia, não tinha como retirar livros para levar e ler fora da biblioteca, porque a biblioteca exige comprovante de residência para fazer o cadastro, o que um morador de rua obviamente não tem.

Ele decidiu então que se saísse das ruas e melhorasse de vida, faria o que estivesse ao seu alcance para mudar essa condição e tentar dar acesso mais fácil à leitura a outros moradores de rua, situação que ele viveu e conheceu bem. Segundo ele mesmo conta, foi depois de ler A Revolução dos Bichos que ele acreditou que isso seria possível. E foi.

Deixou a condição de morador de rua há mais de 8 anos. Robson Mendonça virou Presidente do Movimento Estadual de População em Situação de Rua. Queria fazer uma biblioteca móvel, uma bicicleta com baú na garupa, com a idéia de oferecer livros pela cidade a quem quisesse ler. Nascia assim a Bicicloteca. E uma fundação/ONG, Instituto de Mobilidade Verde, ajudou-o a tornar esse sonho em algo mais concreto, doando a bicicloteca e alguns livros.


Ele então ia pelo centro, praças e cantos da cidade, oferecendo livros a quem quisesse, não só a moradores de rua, entre bêbados e drogados, mas também a funcionários públicos, de bares e restaurantes, vendedores ambulantes, camelôs, policiais, estudantes, a quem passasse e se interessasse.

A idéia era que os livros retirados circulassem depois entre outros leitores, sem expectativa da devolução. Mas muitos devolviam aqueles, para retirar outros. Dos 4 mil livros que foram distribuídos, houve retorno de mais de 3800 para serem reemprestados. Em média saíam quase 200 livros por dia...

O sucesso da iniciativa e atuação foi tamanho que ele virou foco de várias reportagens. Neste mês, ele foi convidado para participar de um programa de estudantes da TV USP, quando aconteceu um incidente lamentável.

No dia 21 de setembro ele foi entrevistado, e o pessoal do programa quis entrevistar também um pessoal da rua, ver como viviam seus leitores. Depois de entrevistarem algumas pessoas na rua, Robson precisou ir ao banheiro, e pediu para a equipe da TV para olharem a bicicloteca. Quando voltou, ela havia sumido! Roubada, furtada.

Por um breve momento, um bem sem muito valor financeiro, mas de enorme importância para um bem social, foi levado por alguém que nem deve ter consciência disto.

Um vacilo, um excesso de confiança, um descaso, um descuido, um infortúnio. Foi isto que aconteceu. Enquanto Robson foi fazer suas necessidades fisiológicas, acreditou que alguém tomaria conta da bicicloteca. A equipe, que viu naquela hora outra oportunidade de entrevistar um grupo que estava ali adiante, não acreditou que alguém fosse mexer naquela bicicloteca. E um dos entrevistados da rua, sei lá o que pensou, mas deve ter acreditado que com aquilo poderia levantar algum dinheiro...

Robson Mendonça fez cartazes com uma foto do suspeito, cedida pela reportagem, e procura pela cidade se reencontra sua bicicloteca, distribuindo cartazes, fez um apelo na rádio, se alguém vir uma bicicloteca por aí, para entrar em contato. São Paulo é enorme, e seu tempo não...

Seu desespero nem é pelo valor da bicicleta e dos quase 200 livros que foram subtraídos. E sim pelo trabalho nobre interrompido. A alegria que via nos olhos e no coração de quem ficava com um livro para ler. E drogados e bêbados que querem ler, não podem estar neste estado para fazê-lo: têm que parar de beber ou de se drogar, pelo menos enquanto lêem um livro ou outra coisa. Só essa atitude já faz valer e ter sentido o projeto da bicicloteca, além da divulgação e inclusão da cultura nos meios mais carentes da sociedade.

Que achem a bicicloteca! Que outras sejam doadas! Que outros voluntários se comprometam e dediquem a esta simples e nobre proposta! Que Robson Mendonça tenha mais sucesso e sorte no seu empreendimento, desprendimento e dedicação!




Vídeos reportagem:

Ex-morador de rua monta biblioteca móvel para a população carente
http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=ZHOJmWmWrMo


Canal da bicicloteca no YouTube (com mais videos)
http://www.youtube.com/user/bicicloteca#p/a/u/1/h4HAU2KPqdg


Sobre o roubo da bicicloteca no dia 21/Setembro/2011
http://www.youtube.com/watch?v=0u9dL-TG20w



Sites de referência:

Reportagem Folha.com
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/950367-bicicloteca-empresta-livros-para-moradores-de-rua-em-sp.shtml

Sobre o que é o projeto Bicicloteca
http://biciclotecas.wordpress.com/
http://www.biciclo.teca.nom.br/
http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/bicicloteca/


sábado, 1 de outubro de 2011

Poesia casada


Dizem que:

"Quando um homem perde a mulher que ama,
ele se torna um poeta.
Quanto a conquista,
ele se torna um marido."


Pensamento do dia... (profundo) n.2366, blog 'Pé de meias...', 15.09.2011


Eis a questão:

O que é melhor?
Ser um poeta sem a musa do lado?
Ou um marido sem poesia na alma?

E a ex-musa=esposa, o que preferia?
Continuar ser sempre a ser conquistada?
Ou seguir sendo amada sem a poesia antiga?


Related Posts Relacionados with Thumbnails