"Antes, as pessoas se sentiam culpadas por desejar o que não era permitido,
mesmo se não fizessem nada.
Hoje, a culpa é por não fazerem tudo o que desejam,
mesmo o que é proibido."
Tostão (craque de futebol, médico e comentarista da Folha de S.Paulo)
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
O antes e depois da culpa do desejo
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
É terna a criancice
Se, por um lado,
"Quem não tem infância, não amadurece;
e hoje já temos uma geração de jovens adultos imaturos."
Rosely Sayão (colunista da Folha S.Paulo)
Por outro lado,
"Quem teve boa infância,
jamais abandona a criança que habita dentro de si;
e temos uma geração de velhos adultos infantilizados."
Mesdre (dispensa referências)
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Ter fé na dúvida
"Se você não questiona o que acredita,
então você não pode acreditar."
Hypatia (astrônoma de Alexandria antiga, no filme Ágora)
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Rascunho de voto e umas observações
Para
Presidente:
45! (ou 43? 13 não!)
Governador:
40? (ou 11? 13 não!)
Senador 1;
430! (ou nulo? 133 e 650 não!)
Senador 2:
451... (ou Legenda 33? 141 não!)
Deputado Federal:
Legenda 33! (ou 43? ou 1111? ou nulo?)
Deputado Estadual:
22888! ou 23423!
Obs. 1:
Não confio que as pesquisas de tendência sejam legítimas e isentas (podem ser manipuladas por quem paga para justamente induzir votos dos indecisos),
Obs. 2:
Também não confio na idoneidade e lisura da apuração das urnas eletrônicas (e olha que eu trabalho com informática e sei que a contagem de votos pode ser manipulada), até que estas possam emitir para mim um comprovante impresso do meu voto (que pode continuar secreto para os outros), de modo que isto possa ser usado numa recontagem de votos manual (conteúdo da urna eletrônica pode se "perder") caso seja necessário, ou até numa eventual "cobrança" do meu eleito (ajudaria também individualmente na "memória curta" dos brasileiros).
Obs. 3:
Se a democracia pressupõe e a constituição assegura direitos iguais para todos, indiscriminadamente, por que os NOVE candidatos à Presidência da República não têm tempos iguais para apresentação de seus programas na Rádios e nas TVs (o POVO tem esse direito)? É porque não interessa à imprensa jornalística cobrir mais que 3 candidatos.
Obs. 4:
Na França, todo potencial eleitor (o voto NÃO é obrigatório) recebe por correio um envelope com folheto (com programa do partido, seu currículo e propaganda) e cédula de cada candidato, pode comparar todos e depois é só depositar a cédula do escolhido num dos postos de eleição.
Obs. 5:
Na república presidencialista, nosso regime, a cada 4 anos é a mesma coisa: os que estão dentro querem permanecer no poder (e continuar ganhando, roubando e assegurando seu futuro financeiro), e a oposição quer entrar para morder o seu quinhão. É um dos empregos de sonhos: remunera-se muito (altos salários auto-determinados e livres de impostos, mais verbas adicionais e benefícios, aposentadoria garantida por tempo mínimo de trabalho, etc) e trabalha-se pouco (apenas de 3a-feira à 5a-feira, quando vão). Ninguém está preocupado em tirar o máximo de seu curto mandato para realizar em benefício geral da população.
Por isto, eu costumo dizer duas coisas:
A) Se fosse uma monarquia, o "dono" do país seria um só e sempre o mesmo (ou seus herdeiros, continuando tudo na mesma família). Assim, ele não precisaria se preocupar em roubar de si mesmo, poderia se dedicar a melhorar seu país e sua riqueza (e todos ganhariam). E se fosse louco ou tivesse seus defeitos, todos conheceriam, em vez de ter que aprender a cada eleição. E um gasto gigantesco que para promover eleições seria poupado. Que nosso executivo e administrador seja um monarca!
B) Para os cargos legislativos e demais cargos políticos, deveria ser por Vocação, e não por Profissão. Ou seja, ninguém eleito ganharia fortunas como salário, apenas UM Salário Mínimo (pagamento simbólico). Isto teria uma série de benefícios:
1) Ou o Salário Mínimo melhoraria para todo mundo, se os políticos aumentassem seu salário como de costume;
2) ou afastaria os candidatos picaretas que querem moleza e ganhar muito sem fazer nada (sinônimo atual de "ser eleito" = estar com a vida feita), deixando predominantemente no meio político apenas os políticos efetivamente dedicados e responsáveis.
3) Evidentemente não acabaria por completo com a corrupção (pois eles sempre dão um jeito de se infiltrarem e subverter as regras), mas certamente dificultaria muito explicarem o aumento de seus rendimentos, no caso de auditoria honestamente bem aplicada.
4) Com menos gente no mundo político, resultados práticos para o país poderiam aparecer mais facilmente.
Obs. 6:
Eu votaria no Alckmin, que já foi um bom Governador do Estado de São Paulo... Mas ele não está mais concorrendo: em seu lugar está um tal de "Geraldo", como ele mesmo se apresenta agora... Cadê o Alckmin?? Por que ele se rejeita tanto? Por que quer esquecer seu passado (ao mesmo tempo que faz referência a ele "com orgulho")?
Outro caso estranho é o partido 45 estar fazendo campanha para o "Aloysio"... Qual: o Nunes ou Mercadante? Sempre que mencionam um, eu lembro do outro "Aloizio". Pode ser um tiro no pé, essa "intimidade" e chamar os candidatos apenas pelo pré-nome sem o sobrenome. Por outro lado...
Até eu pensei que o Ciro número 360, candidato a Senador em São Paulo, fosse o Ciro Gomes ("marido" da Patrícia Pillar). O nome dele é Ciro Moura. Nem mesmo foto o cara põe nas campanhas porque a confusão está lhe dando votos.
Outra campanha quase além túmulo ou tumba, é a do Tuma, que não aparece, não fala por si, e há propaganda muito forte em cima do seu nome, feita sempre por outros (contratados). O Orestes Quércia teve dignidade de desistir de sua candidatura a Senador por estar em tratamento (e ele aparecia e era ativo!). O Romeu parece estar seguro na segurança que seu sobrenome Tuma quer carregar... Não me convence.
Obs. 7:
Lula é popular, tem alto índices de aprovação. Mas Dilma não é Lula. Dilma Roussef discursa "nosso governo, nós fizemos"... Mas ela mesmo não fez nada! Aliás, justamente por isto é que tivemos 2 grandes apagões na rede elétrica nacional, durante a gestão dela no Ministério de Minas e Energia! Parece que isto se apagou da memória do brasileiro também!...
Por outro lado, José Serra faz um discurso sério exibindo larga experiência política governamental executiva... Entretanto, quando se candidatou a Prefeito da cidade de São Paulo, havia um receio que ele largaria o cargo para se candidatar a Governador do Estado no meio do mandato; para assegurar sua palavra, fez um compromisso público dizendo que seria Prefeito até o fim do mandato e registrou isto em cartório e apresentou na TV no seu horário de campanha... convenceu e foi eleito. Dois anos depois, abandonou pela metade o governo da prefeitura nas mãos do Giberto Kassab (seu vice, que foi reeleito) para se candidatar a Governador do Estado de São Paulo, e foi eleito. Parece que o povo também não se importa se político tem palavra e honra suas promessas, nem quando registradas no cartório!...
Eu daria meu voto para dar chances à Marina Silva (que também não é nenhuma santa e vive no mundo político há tempos) ir a segundo turno. Mas depois de assistir seu último debate na TV, vi que há muita verborréia teórica e pouca solução prática!
Acho que vai ser dificil ver se muda alguma coisa pro bem do país e nosso, eleitores e cidadãos brasileiros.
Obs. 8:
Em que legenda votar? Bem, se eu fosse um mochileiro galáctico, seria simples: "a resposta é 42", para tudo no Universo! (rsrs)
domingo, 19 de setembro de 2010
Não entendo certa inteligência...
Em geral, evito falar de política. Apesar de não gostar, estamos em época de eleição. Somos obrigados a votar (um direito que passa a ser um dever), e sobretudo obrigados a ter que engolir as "propagandas eleitorais gratuitas", nas rádios, TVs e ruas...
Eu li um blog que continha um artigo interessante: Ele é "o cara"?
O que é mais me impressiona, é que a maior parte das pessoas cultas deste país, que é a maioria da população que sustenta este governo, pagando altos impostos e sendo explorada por esses políticos e donos do poder, mesmo expressando opinião contrária, não faz nada prático e não consegue reverter a tendência (sinistra e nefasta) desta eleição, e periga dela continuar posando como "a tal" e efetivamente ganhar, e tudo continuar piorando (ou pelo menos não melhorando como poderia)!...
Eu não sei se as estatísticas das pesquisas de opinião são falsificadas ou maquiadas, mas parece que há muita gente que quer mesmo a canditada do cara, e diz que com ele está ótimo e que ela é a continuidade (?!?!).
Tudo bem aceitar que o povão ainda quer "o cara"... Mas é tão óbvio que ela não é ele, e fica tão evidente que "a tal" é outra farsa (e olha que o cara está "tecnicamente" fora, e "oficialmente e praticamente" nunca mandou nada!)... E ela já está seguindo os mesmos passos, não sabendo de nada (de mais escândalos que vêm à tona), não vendo nada (é, parece que essa forma de governar dá certo)...
O que eu questiono é que "o povo", que paga e sustenta esse país e que diz NÃO querer, não deveria ser capaz de impedir isto?
Será porque a inteligência racional é o último estágio da evolução humana e portanto são poucos que a compreendem e a exercem eficazmente?
Procurando algumas citações no meio acadêmico, encontramos:
"Uma nova verdade científica não triunfa por convencer seus oponentes e fazê-los enxergar a luz, mas porque seus opositores ocasionamente morrem, e uma nova geração cresce achando que ela é normal."
Max Planck
"A ignorância é uma situação que isola a pessoa tão hermeticamente quanto uma prisão."
Simone de Beauvoir
"A vida não-inteligente está sobrepujando a vida inteligente na Terra."
Salvador Nogueira
"Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição."
Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco
Ou seja, parece que sempre que a Inteligência e a Ignorância entram em conflito honesto, a inteligência perde feio!
Mas não deveria ser o contrário? Se a Inteligência, quando confronta a Força Bruta, sai ganhando, por que perde justo para a Ignorância, quando esta é a falta de Inteligência racional? Não entendo!...
Tudo indica que, se a Inteligência usar de ardis, ela ganha; mas se for honesta no confronto, ela SEMPRE perde.
Então, se a questão parece explicar que a lógica está sucumbindo aos interesses vis da população, isto seria porque o povo genericamente seria "corrupto e corruptível"; e, ao mesmo tempo, isto seria porque o povo está raciocinando de forma honesta.
Ora, isto leva a um contra-senso absurdo: como pode o povo "corrupto e corruptível" do Brasil ser "honesto" ao usar sua inteligência?
Com todo respeito à inteligência das pessoas, realmente, não dá pra entender...
Eu li noutro blog que, por razões bem justificadas, com um posicionamento criterioso, ao contrário de muitos que só criticam e não apontam opções coerentes e por iniciativa decente, argumentava para "na falta de opção direta de um candidato, vote na legenda".
Então eu pergunto: e na falta de opção para legenda? Por que votar em partidos que não há clareza numa linha política e podem mudar de rumo ao bel prazer? Por definição, não são unidos em torno de causas claras, e são divididos (daí, "par/ti/dos").
Eu ainda defendo o direito de anular o voto como protesto ao sistema obrigatório de votos, e a favor de votação eletrônica com emissão de comprovante.
Se o "quociente eleitoral" é um ponto fraco num sistema justo de votação, que o "consciente político legislativo" trate de mudar! É um absurdo isto.
O direito ao voto nulo como demonstração clara de que nenhuma das opções é "escolhível", em tese não fere os resultados (se interfere, é por causa da regra como está), pois se esses políticos são eleitos, que não sejam com meu voto (é meu direito NÃO escolher!), e o serão pela maioria votante representativa ainda que esta seja mínima, como por exemplo apenas 10 votantes.
Mas, independentemente da minha opinião e argumento, tenho que concordar que nem novas opções aparecerão em tempo útil para estas eleições, nem quem pode mudará a regra de contabilização de votos tão cedo. Porque ela é interessante aos partidos, e principalmente aos candidatos tipo "ficha suja" e em quem você ou a população jamais votaria! Porque o excedente de votos de um candidato popular e super bem votado, como Tiririca e outros super-astros que não têm nenhuma experiência política, legislativa ou executiva, graças ao tal "quociente eleitoral" seria distribuído para eleger um monte de novas marionetes e velhas raposas da política nojenta, infelizmente!
Assim, talvez seja melhor, onde couber, escolher uma legenda "menos pior" do que não dar seu voto para eleger quem você não quer, até que mudem a lei (se é que isto acontecerá algum dia). Mas para isto, você terá que conhecer TODOS os candidatos do partido para quem dará seu voto, e não apenas escolher um só (ou dois, no caso de senadores)!... Já comecou a assistir e a prestar atenção aos programas do horário eleitoral gratuito? (há também a pesquisa na internet, para os mais interessados)
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Dilema existencial
Ou você acredita, como na oração, que tudo é feito "segundo a Sua vontade, assim na Terra como no Céu", que mesmo as coisas ruins que nos acontecem são boas, como o verso de um tapete que não enxergamos sua totalidade, e neste caso você tem que se aquietar a alma e procurar ser feliz assim mesmo, na certeza que é o melhor para si e que Alguém olha e zela por tudo, desde que você faça a sua parte e siga vivendo.
Ou você pode "escolher" ficar ou se sentir infeliz, triste, revoltado, deprimido, doente, amargurado, injustiçado, traído, azarado, sortudo, predestinado, etc, diante das adversidades, eventualidades, fatalidades, circunstâncias e acontecimentos que a vida lhe impõe pelo caminho, e sofre as conseqüências.
Parece ser uma questão de crença, consciente ou não, para saber e determinar como reagir (ou não) a cada instante. E nada impede que você alterne de posição de um momento para outro, conforme conveniências.
O sentimento de felicidade é um passo além, que no fundo não estará ligado a nada disto, embora teimamos acreditar na relação direta a cada coisa e fatos.
"O dia amanhece e começa,
não importa que você esteja preparado ou não para vivê-lo"
Mesdre
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Se eu morrer amanhã...
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que eu sempre lhe amei, mesmo que às vezes eu parecesse indiferente ou que não soubesse demonstrar isto.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que gostei de ter os livros que comprei, mas que gostaria de ter lido profundamente todos eles.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que sou encantado pelas palavras, idiomas e sistemas de escrita: mas nunca aprendi tanto quanto gostaria; fui mais um curioso que estudioso.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que me acho um afortunado por ter ido onde já estive, ter viajado onde visitei e trabalhei, ter conhecido, ainda que brevemente, esses tantos lugares, mesmo havendo tantos mais por ir.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que eu queria ser um bom exemplo pra ser seguido por meus filhos, que eles se orgulhassem de mim também; mas deixo muitas lacunas nessa tarefa pelas minhas imperfeições e incapacidades nessa missão... Mesmo eu falhando, tenho orgulho deles e os amo muito.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que gostaria de ter ganhado mais e vivido mais ricamente, mas acho que sou feliz com o que consegui alcançar com todas as dificuldades e adversidades. Acumulei um monte de dívidas e poucas reservas, mas penso que cada centavo foi empregado justamente e sem receio. Uma vida modesta e sem ostentação, mas confortável e sem privações era o desejado.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que eu gostaria de ter praticado mais esportes, curtido mais a vida, mas as responsabilidades de viver me desviaram para outras atitudes... Enfim, foi assim que aprendi ser adulto, embora reconheça que poderia ter repensado e distribuído melhor as prioridades, se eu soubesse antes o que sei agora.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que trabalho muito mais do que gostaria, eu queria ter mais tempo livre para os que me cercam, para a família e para mim... Mas sempre procurei ser no trabalho o que eu quis ser na vida: responsável, atencioso com as pessoas, conhecedor do que faz, com questão de fazer bem o que for preciso. Nisto perco um tempo precioso, errando muitas vezes por querer acertar sempre. Raramente fui reconhecido e recompensado como penso que deveria... Mas quem disse que a vida é justa? Ter trabalho e ocupação digna já é uma bênção.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que, embora eu pareça metódico e organizado, minhas coisas, minha vida, é uma tremenda bagunça, a qual nunca consigo por em ordem, por razões diversas. Talvez seja questão de prioridades e opções... Eu priorizo descansar quando estou cansado, dormir quando estou com sono, refletir e pensar na vida quando estou infeliz, e me distrair quando estou preocupado. Com isto, as coisas urgentes vão ficando cada vez mais urgentes, e eu fico confuso sem saber quais são as coisas importantes. Descobri que querer o que não se consegue e desejar o que não depende só de si é um tremendo desperdício de tempo e esforço, e muito contribui para essa bagunça. No fundo, a gente só quer ser feliz.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que eu sempre admirei a beleza, natural e humana, na sua aparência e no seu conteúdo, prático e conceitual. Por isto as fotografias têm seu encanto, e o contato físico também. Ver é ótimo, sentir e experimentar é melhor. Isto vale para lugares, coisas e pessoas. Amei muito o que/quem vi, conheci, saboreei e vivi. O único arrependimento é não ter podido mais, ou nem sabido na hora como ter tirado melhor proveito.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que quando eu era jovem, queria amar todas as belas mulheres do mundo. Mas nunca quis trocar qualidade por quantidade. Assim, a exigência torna os resultados restritos. As poucas mulheres que amei não eram as mais belas, mas foram as mais especiais para mim. Nunca amei a loira nem a ruiva dos meus sonhos, mas a minha paixão sempre amou a "loira da minha vida". É um pouco frustrante em termos de expectativa, mas é muito gratificante em termos de realização. Quisera eu realizar mais.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que tenho muitas dúvidas, uma certa insegurança, e algumas poucas certezas. Muito em função de questionamentos que me levam a pensar e refletir... Meu entendimento é que ignoro muita coisa, principalmente da natureza das pessoas e das coisas, apesar de toda minha observação e deduções. Peco na comunicação, na forma de transformar pensamentos em palavras ditas e de me expressar. Às vezes, palavras que eu disse feriram e as frases que eu engoli me corroeram; por vezes, as que deixei de dizer viraram monstros que jamais controlei. Quero me desculpar pelas possíveis ofensas, e pelo meu silêncio também.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que não me arrependo do que fiz ou do meu passado, sei que foi o melhor que eu pude fazer nas tais circunstâncias. Talvez pudesse fazer diferente e melhor... mas isto, pela percepção do que sou hoje, antes não. Se me arrependo de algo, creio que seja do que eu deixei de fazer, das oportunidades perdidas ou desperdiçadas... Estas não voltam e foram-se com o tempo.
Se eu morrer amanhã, eu gostaria de lhe dizer hoje...
Que sempre quis ser (e acho que fui) uma boa pessoa, bem educada e respeitosa, embora acho que na maioria das vezes o agir de outra maneira acaba levando vantagens. Entretanto isto não me convence a trocar de lado: não me sinto um perdedor, prefiro somar à minoria que se orgulha de dormir com a consciência tranqüila a despeito da pressão contrária, de demonstrar os princípios que se acredita através de exemplos e postura em vez de gritos e força, que lamenta perder e se dar mal muitas vezes e até achar que isto não é nada justo. Pode ser uma insistência inútil ou uma teimosia burra ou uma autenticidade insana, mas é assim que acredito que se deva viver e assim vou morrer...
... Se amanhã? Não sei. Só sei que HOJE eu gostaria de lhe dizer tudo isto e mais um pouco. A sensação é que nunca é suficiente nem o bastante, que sempre fica faltando um tantão. E isto me faz sentir infeliz. Mas, embora não pareça ou eu até eu pense que não, com toda certeza posso afirmar que sou feliz assim. E por isto, muito obrigado!
Bônus:
Testamento? Testemunho+Lamento?
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Caiu a ficha?
A garotada de hoje, ligada e esperta, é capaz de entender e digerir as coisas tecnológicas numa velocidade impressionante. A juventude atual, de alguma maneira tem muito mais facilidade de fazer funcionar um aparelho ou um programa - e sem ler manual! - do que os mais velhos e experientes. É uma ação quase que natural para eles, a moçada, que muitas vezes nem se dão conta disto, e ainda se espantam com a incapacidade ou perplexidade da geração adulta.
Mas a evolução do nosso cotidiano é tão rápida, que tem coisas que eles não entendem, e daí é nossa vez - a "velha-guarda" - de nos admirarmos de suas caras de espanto e interrogação no ar. Por exemplo, certas expressões do linguajar cotidiano, como; "cair a ficha", "discar" para alguém e "pegar no tranco". Eles até usam assim, mas se perguntam (ou não) de onde vem isto!...
Então, vejamos alguns esclarecimentos.
A) "Caiu a ficha?" = "entendeu?"
Quando os telefones públicos foram introduzidos no Brasil, copiaram modelo internacional que utilizava um mecanismo de aceitar moedas para "converter" valor em tempo de ligação.
Por duas rações principais - inflação galopante e o fato do brasileiro em geral preferir lidar com notas do que carregar moedas -, o mecanismo devorador de moedas foi adaptado para recolher fichas, pequenos discos de metal ou de plástico com ranhuras específicas para este ou aquele equipamento (o tamanho, os sulcos ou elevações como dentes de uma chave, e seu peso dificultam a falsificação e assegurava seu comércio).
O usuário comprava as fichas padronizadas em balcões de vendas autorizados pelo preço pré-estabelecido (ou com algum ágio, dependendo de onde comprava), e poderia usar em qualquer telefone público, bastando depositar a quantidade de fichas desejadas correspondentes ao tempo que se queria falar (ao final, se usasse menos, devolvia as fichas não utilizadas).
Acontece que muitas vezes o mecanismo "engolia" a ficha sem conversão, ou ela não "caía" no reservatório liberando mais tempo, e a ligação era "cortada", a conversa era interrompida, e as pessoas até prosseguiram falando sozinhas como se tivesse alguém na escuta do outro lado da linha, até perceber que "a ficha não tinha caído". Desse "retardo" de entendimento veio a expressão.
O mecanismo de fichas para telefone público foi substituído por um leitor de cartão pré-pago de minutos. E a maioria das máquinas de jogos de fliperama, que também funcionavam por fichas, agora funcionam por cartão magnético recarregável.
O princípio de cair a ficha para funcionar direito caiu em desuso, mas a expressáo lingüística decorrente ainda é usada naturalmente por muita gente.
B) "Discar um número" = "telefonar"
Os primeiros aparelhos de telefone doméstico possuíam um disco com 10 buracos em seqüência, um para cada algarismo (de 1 a 9 e 0), para inserir um dedo e fazer girar até encontrar uma marca. Assim, ao retornar à sua posição de descanso, o disco contava quantos pulsos correspondia ao algarismo pretendido, e uma combinação de número era informada. A central telefônica interpretava esse número e encaminhava a chamada.
Uma inovação alternativa foi trocar o sistema mecânico de pulsos por um circuito gerador de sons, um tom para cada algarismo, de modo que este pudesse ser acionado por botão ou tecla.
Muito mais prático e estético, o teclado acabou por substituir o disco dos telefones, hoje raramente encontrado e visto pelos jovens - super-ligados com seus telefones celulares -, mas este deixou seu traço marcante no nosso jeito de falar.
C) "Pegar no tranco" = "fazer funcionar (de um jeito ou de outro), mesmo que não queira funcionar normalmente"
Na verdade, queria mais dizer "fazer ligar (o carro ou motor) no embalo ou empurrando". Isto porque nos carros mais antigos (nem tanto assim) dar a partida com a chave na ignição às vezes falhava, principalmente com o motor "afogado" (encharcado de combustível) ou com problemas de bateria... Nestes casos, o mecanismo de partida não era capaz de fazer o motor ligar. Então era preciso colocar o veículo em movimento (facilitava esforço se fosse ladeira abaixo), e engatar uma marcha no carro (primeira ou segunda marchas), de modo que isto "travava" o motor neste momento e o fazia girar, simulando uma partida. Esse procedimento "agressivo" fazia o carro dar um "tranco", uma parada repentina seguida de um ligeiro salto abrupto. Na maior parte das vezes funcionava, mas era preciso habilidade e perícia de quem estava no volante para não deixar o carro morrer em seguida novamente.
Os carros atuais trocaram o antigo sistema de carburador por partida eletrônica, e, apesar de ainda ocorrerem afogamento de motor e problemas de bateria, se alguém tentar fazer pegar um destes carros no tranco, não deve funcionar, e arrisca até de quebrar o motor na tentativa. Os carros se modernizaram, a expressão permanece.
D) "Queimei meu filme" = "acho que fiz o que não devia", ou "pus tudo a perder"
Outra coisa em desuso atualmente são os rolos de filme ou película em negativo, nas câmeras fotográficas. As câmeras digitais e eletrônica dominaram o mundo, por sua capacidade, recursos e leveza, praticamente quase todo aparelho celular agora tem uma embutida. Somente os saudosistas e os profissionais ainda usam câmeras com filme. Estes precisavam ser colocados e retirados em salas escuras, para não queimar o filme. Os envólocros em que vinham esses filmes facilitavam a colocação e retirada do filme na máquina fotográfica. A parte do filme que ficava exposta à luz era perdida no momento da revelação. Se, por acaso, descuido ou acidente, a câmera se abrisse sem que o filme estivesse todo rebobinado, todas as fotos tiradas seriam superexpostas à luz, "queimando" assim parte do filme ou ele todo. As câmeras modernas eliminaram este risco das fotos, mas a expressão deixou marca registrada em situações de ações precipitadas até hoje.
Outras expressões no linguajar dos mais vividos podem soar como sem pé nem cabeça, completos enigmas quanto sua origem, muitas vezes vem de repetitivas "gagues" que fechavam alguns quadros bastante populares de certos programas humorísticos ou novelas na TV. Como, por exemplo:
E) "Vai pra casa, Padilha!" = "não fique aqui perdendo tempo, com uma gostosa em casa te esperando", ou "abra os olhos, você aqui e tua mulher em casa, pode estar te chifrando!"
F) "Nem parece que saí de dentro dela!" = "embora estruturalmente e visivelmente diferentes, grande, gordo ou alto, já fui pequenininho e venho desta origem modesta e simples..."
G) "Ah, é, é? Ah, é, é?" = "posso até pensar numa resposta boa, brilhante e arrementadora para aquela situação passada, mas agora não adianta, e na hora e só aceito e concordo..."
Você sabe de mais alguma expressão não tão antiga assim e que já pareça estranha nos dias de hoje? Contribuições serão bem vindas.
Mas o fato é que, se por um lado expressões permanecem e suas origens vão ficando obscuras com o tempo, outras vão surgindo e passamos a usar, sem que a gente se dê conta dos porquês.
Por exemplo, demorou para me cair a ficha de que o "demorow" da molecada atual quer dizer algo como "ok, entendido". (rsrs)
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Nada fácil nem verossímel
“Suba no mais alto edifício,
para de lá ver a cidade...
Questione: disso, qual a veracidade?
Verá que a resposta é difícil!“
Mesdre
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Bases e linhas do destino
"Se não tens mais chão que te sustente,
agarra-te ou pendura-te aos fios invisíveis,
que a penas tu enxergas!"
Mesdre