domingo, 21 de março de 2010

Mudança na Lei do Silêncio

Resumindo:

1) Na cidade de São Paulo havia uma lei que determinava que depois das 22:00 h a emissão de sons deve ser reduzida (abaixo de tantos decibéis), o que na prática quer dizer calma e silêncio, ou moderação com os barulhos.

2) Depois aprovaram uma lei que bares e lugares potencialmente barulhentos devem ser fechados à 1:00 h, sob pena de ser multado ou ter a licença de funcionamento cassada - o que, convenhamos, chega a ser injusto para os estabelecimentos e os clientes dispostos que queiram se divertir ordeira e civilizadamente, desde que respeitem aqueles nas proximidades que queiram repousar.

3) Agora, entrou em vigor uma alteração desta lei, em que os incomodados pela baderna alheia não podem mais denunciar anonimamente um local que esteja infringindo a lei para que a fiscalização venha apurar e se for o caso, tomar as devidas providências. Agora, o cidadão decente/reclamante deve se expor ao ofensor: a chamada deve ser identificada, os fiscais terão que fazer a medição a partir do local do reclamante (e não do local suspeito), com a presença do dono do estabelecimento acusado...

4) Veja mais detalhes, se quiser, em Nova lei do silêncio em São Paulo "cala" denunciante ou em O que muda no PSIU = Programa de SIlêncio Urbano


Opinião:

Ou seja, "os incomodados que se retirem!" (de suas próprias residências, porque não querem zelar pela sua integridade.

Parece que ficou bem isto agora: os prejudicados mais próximos da baderna não podem mais ser representados por alguém na vizinhança que tome a iniciativa, porque passa a haver uma enorme possibilidade de que os níveis de ruído na casa de quem telefona não ser tão significativos quanto a todos os demais moradores ao redor do pardieiro, e daí nada ser feito para parar a balbúrdia...

Para os fiscais, nada a fazer, agora podem descansar: não são mais obrigados a inspeção prévia e monitoração da ordem e paz, só atuam em caso de denúncia, e só comparecem para fazer as devidas medições se parte ofendida e ofensora estiverem presentes e for permitida a entrada de todos na residência de onde partiu a reclamação (isto não seria invasão de privacidade?? e sem amparo advocatício??), e em nada constando ali, nenhuma autuação será emitida.

Para o dono acusado (se estiver presente para comparecer na casa do para o valente que ousar o incomodante), representa uma grande possibilidade de prosseguir ileso e impune com suas atividades, pois se não houver denúncias e nem condições legais de comprovação, não há crime. Simples assim.

Quanto aos moradores que contam com o silêncio...

Isto é uma INTIMIDAÇÂO à boa conduta e à civilidade social em prol da população.

É um convite à bagunça e à anarquia, privando os justos e trabalhadores e pessoas de bem (muitos idosos e crianças com ouvidos sensíveis e sono difícil e precisando ter tranqüilidade para dormir) que buscam o descanso de direito no silêncio.

Porque a "acareação" que se impõe na denúncia e na verificação da infração coloca em risco a vida e o sossego de quem reclama a paz, que, receoso, irá preferir o "mal menor" e deixar aqueles (ir)responsáveis pela diversão e lucro próprio impunes e ainda mais motivados aos excessos.

É INACEITÁVEL que se legisle sem pensar no bem geral da população. Gostaria que se fizesse um levantamento de quantos destes que promoveram e aprovaram a mudança na lei do silêncio (para pior) têm envolvimentos e interesses a ganhar com isto (por exemplo, se são fornecedores ou investidores, proprietários ou parentes de donos desses lugares barulhentos ou de outros negócios que se sintam "prejudicados").

Pois é possível se divertir à noite até tarde, sem exageros e sem perturbar a vizinhança e o cidadão comum.

Isto não é uma mudança: é uma LAMBANÇA!

Um verdadeiro ABSURDO!

Espero, sinceramente, que não vingue.

Senão o medo de vingança, ameaças, discriminação (por causa desta descriminação), perseguição e retaliação prevalecerá no lado dos mais impotentes, e a favor dos poderosos protegidos agora pela lei.

Que o bom senso tome a consciência de todos para melhorar a lei para o cidadão normal, e não o contrário.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Programa de INDY em SP


Velocidade nas ruas de SP? (2)

(vista pra pista, churrascaria ao fundo)

Já que o assunto é velocidade (veja Velocidade nas ruas de SP?), as coisas parecem acontecer rapidamente e notícias aparecem. Então, vamos atualizar as novidades para o "Programa de INDYo" que ocorrerá na cidade de São Paulo já neste final de semana que se aproxima.

Em primeiro lugar, quero corrigir e complementar umas informações.

- Serão 22 carros alinhados no grid de largada (e não 33, como podem correr na F-Indy) para as 75 voltas (totalizando 313,5 km). Destes 22, SETE são pilotos brasileiros, e há pilotos-mulheres entre eles.

- O trecho onde está sendo montado o circo, ops, o circuito será interditado para os treinos e corrida desde 6a-feira às 22 horas até às 5 horas de 2a-feira.

- No lado da Marginal do Tietê, o circuito utilizará apenas a parte interna da via, também chamada de pista local. Não sei o que acontecerá com a pista expressa (que fica ao lado do rio), se também será interditada no final de semana enquanto durar o show, ou se estará liberada para tráfego parcial do fluxo inevitável na região, enquanto correm os outros carros da velocidade.

- A Prefeitura de São Paulo firmou um contrato de CINCO anos com a entidade organizadora da F-Indy, para repetir esta loucura outras vezes.

O jornal A Folha de S.Paulo trouxe essas informações e também um diagrama que mosta o desenho do circuito improvisado e o esquema da interdição das ruas e avenidas no entorno. O site http://www.saopauloindy300.com.br/ traz detalhes do evento, do circuito e da programação. Veja também mais informações e melhores gráficos no jornal online: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u705549.shtml e http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u705321.shtml

(publicado no jornal A Folha de S.Paulo)

Como mostra o mapinha, o circuito "toma" duas vias "paralelas" que são muito usadas como alternativas de desvio de tráfego nos horários de pico com o trânsito congestionado. Se a Marginal ficar "travada" neste trecho, os motoristas ficam sem alternativas neste sentido (em direção à zona oeste). Pois não dá para sair à esquerda porque tem um rio ali de fora a fora... E para contornar "por dentro", o evento está "ocupando" as alternativas possíveis e práticas naquele pedaço.

( Anhembi, Sambódromo e Rio Tietê, Marginal parada ao lado)

É comum em todo final de semana que centenas milhares (senão milhões) de paulistanos deixem a cidade na 6a-feira no final do expediente rumo à praia, ao interor do Estado (ou apenas voltando para suas cidades de origem após uma semana de trabalho), e que somente retornem no domingo de tarde, noite ou mesmo na 2a-feira bem cedo. E muitos deles se utilizam da Marginal do Tietê nesse trajeto. Imagina o tumulto que o evento da Fórmula Indy vai provocar nessa rotina já usualmente tumultuada: os maiores congestionamentos ocorrem geralmente nas 6as-feiras na hora do rush do final da tarde, muito em função dessa "fuga e retorno". E São Paulo tem tanta gente, tanta gente, que mesmo esse mundaréu de gente saindo da cidade, ela ainda permanece cheia (de gente e de veículos)! São Paulo não pára, nem nos fins-de-semana.

Então, imagina o que a televisão irá transmitir (será que terão coragem de mostrar o contraste?) quando durante a corrida os carros da Indy rasgarem o retão da pista local da Marginal, enquanto uma fila interminável de carros, ônibus e caminhões desfilarem parados na pista "expressa" da mesma Marginal. Sinceramente não sei se é para rir ou para chorar... Se for "pra inglês ver", será uma curiosidade cômica; se for pro paulistano constatar, será mais uma desesperadora tragédia urbana.

(Marginal do Tietê no sentido da Zona Leste)

(Marginal do Tietê no sentido da Zona Oeste)

As chuvas, apesar de ter havido uma trégua e chovido menos, com dias até secos e quentes, justamente por causa disto são uma ameaça iminente. Quando desabam, são torrenciais. E quando duram muito ou chove grande quantidade de água num curto espaço de tempo, o risco de enchentes e de diversos pontos de alagamento é muito provável. E o Rio Tietê ali do lado é forte candidato a transbordamento! Não quero nem pensar neste possível "espetáculo"!...

(ameaça de pancadas chuva é uma realidade neste período)

Pensemos na pista. Um lado da avenida toda com recapeamento asfáltico novo. O outro lado da mesma avenida, "velho" como estava antes.

(lado "pobre" da avenida, permanece como antes)

(lado "rico" da avenida, em prepração)

Dos dois lados da avenida, os radares continuam lá, operacionáis, onde a velocidade máxima permitida é 70 km/h, detectando, fotografando e distribuindo multas. Mas tenho a impressão que isto só se aplica a meros e réles motoristas mortais... Os ícones e bastiões da velocidade certamente passarão incólumes e isentos, apesar dos salários milionários e dolários.

(placa avisando do radar no lado "pobre" da pista)

(semáforo e placa avisando do radar no lado "rico" da pista)

Para quem questionar, a Prefeitura e a C.E.T. apresentarão todos os documentos, planos e laudos demonstrando a segurança e organização do evento, claro. Tudo "aceitável" do ponto de vista jurídico e oficial. Mas estes "responsáveis" não estarão em seus carros enfrentando o caos que estabelecerão com tanta determinação e eficiência. Faixas pelas ruas nas proximidades alertam aos motoristas sobre o evento e aconselham a evitar o local (mas não orientam as alternativas para quem precisar passar por ali).

(faixas avisando do evento e das interdições)

O planejamento da gestão do trânsito nas imediações parece sob contole. Mas há evidências de um dessincronismo geral. Nesta semana, a própria C.E.T. anunciou o bloqueio na Marginal, um pouco mais à frente do setor do Anhembi (onde está o Sambódromo, onde será a Sao Paulo Indy 300), para obras no complexo que dá acesso à Rodovia Anhangüera. Este projeto já está em curso há muitos mêses (muito antes de se anunciar a "corrida de rua"), e é sabido que esta interdição parcial trará reflexos de congestionamento que se alongará facilmente pela Marginal até encontrar com o trânsito tumultuado no Anhembi, aumentando ainda mais a lentidão para quem precisa enfrentar o trajeto por falta de opção (entenda: muita gente mesmo). Como é possível que a Prefeitura nem tenha considerado isto, na hora de fechar o contrato?

Por fim, vale lembrar que a cidade de Ribeirão Preto era forte candidata a sediar este grande evento automobilístico de rua, e que vinha negociando o contrato de longa data. Para surpresa de muita gente, de repente, e com todos os problemas e impactos urbanos e na população geral que vai causar, a Prefeitura de São Paulo anuncia e promove o evento milionário e caríssimo numa cidade e local quase inviável... Não consigo nem calcular quanta grana pode ter rolado nesta decisão, e nem como esse dinheiro não transparente esteja contido nos bolsos e cofres dos envolvidos... (saiu publicado no jornal desta 6a-feira que o custo deste traçado já supera em 8 MILHÕES de Reais os R$ 12 mi previstos no anúncio da empreitada... É, toda eficiência pública ou em obras tem seu preço.)

A nós, povo, cabe o consolo da diversão proporcionada pelo CIRCuitO de corrida, e torcer para presenciarmos e vermos (de preferência pela TV) um belo espetáculo sem acidentes (embora tenha gente que só assista por causa deles). O vídeo da volta simulada pelo traçado é bem interessante e dá uma noção de como será o que não existe: Tour virtual pelo Sao Paulo Indy 300.


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Bonus cômicus I :

A Sao Paulo Indy 300 serão 300 milhas ou quilômetros?
Milhas??!? Programa de Milhagem?
Ora, aqui é São Paulo, BRASIL:
Aqui não somos MILHionArios...
Aqut está mais pra QUILOMETRalhadOras...


Bônus cômicus II e III :

Não confunda
"grid de largada"
com
"grito de lagarta".


Não confunda
"combustível"
com
"cu~bostível".

(argh! estas deveriam estar no Fama inFame!...)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Velocidade nas ruas de SP?


Eu gosto muito de Fórmula Um, de assistir carros de corrida tipo monoposto, desde meus 10 anos. Já optei de ficar de "castigo" durante final de semana em casa para ver corridas na TV. Hoje em dia não sou mais assim, mas sempre que posso, assisto ou ouço a transmissão ao vivo pelo rádio, senão depois o videotape ou gravação.

A Fórmula Indy lembra bastante a F1, mas são diferentes nas regras, estilo e características. Mas também é interessante... do seu jeito. O Brasil possui bons pilotos nas duas categorias.

Há vários anos São Paulo cedia a F1 no Autódromo de Interlagos, a Prefeitura tem contrato com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que achava que tinha exclusividade desse tipo de evento na cidade.

No fim do ano passado, de repente, a Fórmula Indy anuncia, para surpresa de quase todos, a abertura da temporada de 2010 no GP do Brasil, nas ruas de São Paulo, dia 14 de Março.

Com tantas cidades em melhores condições pelo Brasil, por que a F-Indy foi escolher logo São Paulo? E por que em tão pouco tempo para organizar um evento deste porte e que exige muitas questões de segurança? E pelas RUAS de SP?? E justo nesta época?... "ô, louco, meu!"

Isto deixou uma mancha de mágoa na FIA, parecendo uma "traição" da Prefeitura de São Paulo. Além de ter que dividir o "appeal" do nome da cidade e as atenções para DOIS eventos de corrida, a data de "estréia" da temporada da F-Indy em São Paulo (coisa inédita), coincide com a primeira prova da F1 de 2010, o Grand Prix de Bahrein.

O que mais surpreende é a irresponsabilidade da Prefeitura de S.Paulo de autorizar (e construir!) um circuito de rua na cidade, com todos os problemas de trânsito cotidiano que enfrentamos. Decidiu fazer isto na região do sambódromo, para justamente aproveitar as arquibancadas existentes.

Para isto a passarela das Escolas de Samba virou pista. Cercas de proteção com alambrados e guard-rails estão sendo levantados de improviso nas laterais das ruas e avenidas circundantes, desenhando assim um circuito nunca antes existente.

A imensa reta dessa pista será boa parte da Marginal do Tietê, importante via de circulação urbana e intermunicipal, que quando pára gera inúmeros transtornos para os que transitam nela ou nas proximidades e que sofrem os reflexos dos problemas que nela ocorrem.

Isto se a Prefeitura não tivesse inventado de fazer uma grandiosa obra na Marginal quase inteira (ver post Parado em trânsito (4/5) - Alternativas) há alguns meses, e que ainda está em curso, inclusive com interdição parcial em várias pontes que a cruzam naquela região! Ou seja, como se não bastasse a confusão que a Prefeitura já introduziu desde o ano passado, mesmo com a intenção de melhorar o trânsito depois, e que ainda em obras, ela irresponsavelmente trouxe para este cenário mais uma complicação.

Sim, porque para os caríssimos carros velozes e de alta tecnologia passarem por ali, todo o asfalto precisa ser refeito (ah, pelo menos este benefício o paulistano poderá herdar quando a farra acabar ali), o que implica interromper agora o trânsito já difícil enquanto durar a obra. E mesmo que trabalhem rápido e durante a noite para terminarem o quanto antes, todo o trânsito da região será bloqueado para que se possam realizar os treinos (a partir da 4a-feira) e a prova (no domingo).

Todo o fluxo de veículos em São Paulo será afetado nesses dias! Sem falar que o Terminal Rodoviário do Tietê é ali quase ao lado, para onde vão os ônibus (= autocarros) que chegam em SP e de onde partem os ônibus para quase todo o país! Certamente terão seus horários comprometidos e exigirão muita paciência e calma por parte dos passageiros e dos que os esperam (aqui ou lá).

O que pretendem estes atuais administradores da cidade? Com estas obras e contratos televisivos pro mundo inteiro, arrecadar mundos e fundos para os cofres públicos de seus bolsos privados? Ou crer que com elas conseguirão arrebanhar votos nas eleições que se aproximam?

Esta corrida, usando uma força de expressão comum, será "pra inglês ver"... Ver que bonito é o Sambódromo de SP, palco da corrida, e o que ele representa nos clipes reciclados sobre os carnavais que por ali rolaram e a serem exibidos pouco antes da transmissão da F-Indy. Ver a capacidade de organização e de superação das dificuldades de se promover um tão belíssimo evento em tão exíguo prazo. E NÃO ver o trânsito caótico que esta estripulia causou. E NÃO ver o desespero do paulistano (que não ficou em casa para ver pela televisão o programa que todo "inglês" verá) dentro dos veículos parados, tentando ganhar a vida no seu ir-e-vir prejudicado.

E, pra piorar a situação, Março tipicamente é um mês de chuvas ("... são as águas de Março fechando o verão", conforme lembra a música de Tom Jobim). Neste ano, as chuvas foram cruéis, intensas e volumosas, durante Dezembro, Janeiro e Fevereiro, provocando inundações e pontos de alagamentos como há muito não se via. Com céu que deságua em SP, o Rio Tietê costuma transbordar e parar a Marginal (por onde os pilotos deverão passar).

Portanto, não há razões para crer que em Março não chova assim também. Os paulistanos já viram bastante água (embora nem queiram ver mais), mas será que irão mostrar isto do lado de fora do circuito nos dias da corrida? E se chover nos dias dos treinos e da prova, será que cancelarão a corrida e não transmitirão o fiasco ao mundo?

Bem, eu torço por bom tempo e um espetáculo sem incidentes e nem acidentes.

Mas o que eu queria ver mesmo são os radares fotografarem e multarem os carros a mais de 60 ou 70 km/h como fazem conosco quando passamos por aquela mesma "pista". Faça as contas: 2 radares por volta, vezes os 33 carros, vezes o número de voltas que cada carro dará, vezes os dias do evento... Se todas as multas forem aplicadas, todo o investimento feito pela Prefeitura será ressarcido logo após os primeiros treinos, o resto é puro lucro. (rsrs)


Colocando certcas de proteção no que será pista:



Interditando as ruas/avenidas para obras:



Preparando mais arquibancadas:



Vista parcial do Sambódromo na Marginal do Tietê:




Piada popular:
"Não é Petrobrás, (cia. de Petróleo do governo)
Nem é Eletrobrás; (cia. de Eletricidade do governo)
É Emobrás! (cheia de placas 'em obras', desgoverno!)"

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