sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (2/5) - Situações


Parado em trânsito – Parte 2 de 5 : Situações

( No post anterior levantei uma problemática sobre o trânsito entupido de São Paulo e indaguei qual seria a solução. )


B) Entendendo o problema

Para tentar dar alguma solução, é preciso entender por que tem mais carros nas ruas.

Primeiro, porque a população cresce, e rápido. Todo dia tem novos motoristas se habilitando e que querem ter seu próprio carro para se locomoverem. Se até aí fosse um direito do cidadão, tudo bem. Mas é uma necessidade! Se estes não tiverem sua própria condução, não poderão ir facilmente aonde precisam.

Em segundo lugar e também fator de causa anterior, falta uma rede de transporte coletivo e público que atenda satisfatoriamente à demanda. Essa rede existe, mas é insuficiente para atender a população crescente, e ineficiente para ligar com rapidez e facilidade todas as regiões da Grande São Paulo.

Se você leva tempo de carro, num trajeto direto, levará muito mais tempo de ônibus, que vai parando nos pontos pelo caminho para recolher e deixar pessoas. As linhas de metrô existentes são poucas e não atendem toda a cidade... E os trens estão sempre lotados. E há muita espera entre uma composição e outra.

Assim, quem pode vai de carro. Ou de táxi. Táxi é prático: leva você a qualquer lugar e você não se estressa dirigindo. Táxis ficam caro, principalmente em função das dimensões da cidade. Não é uma solução cotidiana, para todos os dias, e também ficam parados no mesmo trânsito.

Por fim, o terceiro motivo que levam as pessoas a adquirirem seu próprio automóvel, a despeito dos preços absurdos e desproporcionais, é a facilidade de crédito e o hábito do brasileiro de se endividar.

Esses bens móveis chegam a custar preços de uma casa ou terreno. As pessoas deixam de investir num bem imóvel onde poderiam habitar, para comprar um meio de locomoção, necessário e indispensável, e que pode ser inutilizado num acidente bobo na próxima esquina.

Mas os créditos facilitados pelas concessionárias de automóveis incentivam isto. Juros mais baixos do mercado, muito menores que os melhores obtidos em empréstimos pessoais pelos bancos (por exemplo: 0,98% ao mês. contra 2,64% a.m.), induzem o desesperado cidadão a comprar seu carro próprio, fazendo com que a parcela mensal caiba dentro do seu orçamento/salário. Para a maioria das pessoas (eu incluído), esta é a única maneira de se adquirir um carro, muitas vezes sem se dar conta que assim estará pagando duas ou até três vezes o valor do veículo do que se tivesse o valor à vista, em vez de financiá-lo.

( Continua no próximo post )

2 comentários:

opinião própria disse...

O problema do trânsito é sem duvida um problema universal das grandes cidades, imagino então S.Paulo... em Portugal com pequenas cidade esse problema infelizmente também é uma grande realidade. Como solucioná-lo? Uma grande questão, mas penso que o caminho não passa pela não democratização do direito a ter um automóvel... Passará talvez pela inteligência dos políticos (o que é raro existir)...

Andre Martin disse...


opinião própria:


Minha mãe dizia que "para morrer, basta estar vivo".
Então, "para ter problemas no trânsito, basta existir veículo"!
Não faz sentido?
Ou seja, isto é inerente a qualquer lugar.
Imagina os problemas de trânsito na China, na Índia e no Japão!!

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